Inteligência competitiva e a análise de cadeia de valor
O reconhecimento e a identificação correta dos sinais de mercado são significativos para o desenvolvimento da estratégia competitiva, e identificar sinais a partir do comportamento é um suplemento essencial para a análise da concorrência, afirma Michael Porter em Competitive Strategy.
Por Alfredo Passos
Early Warning, Sistema de Alerta, Sinais de Alerta ou Sinais de Mercado, constitui-se em uma das ferramentas que o profissional de Inteligência Competitiva, dispõe para observar qualquer ação de um concorrente que forneça uma indicação direta ou indireta de suas intensões, motivos, metas ou situação interna.
O reconhecimento e a identificação correta dos sinais de mercado são significativos para o desenvolvimento da estratégia competitiva, e identificar sinais a partir do comportamento é um suplemento essencial para a análise da concorrência, afirma Michael Porter em Competitive Strategy.
Exemplo de Early Warning ou Sinais de Mercado no Estadão
"A indústria brasileira está, velozmente, perdendo espaço para as importações, que já respondem por um quinto de tudo que é consumido no País. O processo de substituição de matérias-primas e produtos acabados nacionais por estrangeiros, que vinha em um ritmo controlado, se acelerou nos últimos meses.
A participação dos produtos importados no consumo saltou de 15,7% no início de 2009 para 17,7% no primeiro trimestre deste ano e chegou ao recorde de 20% no terceiro – uma alta total de 4,3 pontos no período, conforme cálculo da LCA Consultores. Entre 2002 e 2008, o ritmo de crescimento era de 1,1% ao ano.
O Brasil se tornou alvo não só dos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, que tentam sair da crise elevando suas exportações, mas também de outros emergentes, como a China, que perderam clientes importantes com a recessão nos mercados americano e europeu.
A valorização do real tornou mais fácil a tarefa dos estrangeiros, porque reduziu o preço dos produtos importados. O efeito benéfico das importações para o País é ajudar no controle da inflação, mas o fenômeno também começa a prejudicar as empresas, apesar do forte desempenho do mercado doméstico.
A produção industrial está estagnada desde março, enquanto as importações já ultrapassaram o nível do pré-crise. "Existe uma vazamento de demanda para o exterior", disse Flávio Castelo Branco, economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os empresários reclamam do governo e pedem proteção, com o argumento de que a invasão dos importados provocou queda nas vendas, elevação dos estoques e redução da rentabilidade. Entre os setores mais afetados estão têxteis, máquinas, eletrônicos, carros e siderurgia.
"Hoje quem se beneficia do crescimento do Brasil não é a indústria brasileira", diz Sérgio Leite, vice-presidente de novos negócios da Usiminas. As vendas da siderúrgica caíram 20% do segundo trimestre para o terceiro (historicamente, o melhor do ano). A empresa informa que opera hoje com 80% da capacidade instalada, o que é considerado abaixo do ideal.
Efeito em cadeia. A substituição de produtos importados por nacionais está afetando toda a cadeia produtiva: máquinas, insumos e produtos acabados. Os carros importados, por exemplo, já respondem por 18% dos licenciamentos no Brasil (comparado com 13% em 2008)".
Análise de Cadeia de Valor
Uma cadeia de valor representa o conjunto de actividades desempenhadas por uma organização desde as relações com os fornecedores e ciclos de produção e de venda até à fase da distribuição final. O conceito foi introduzido por Michael Porter em 1985.
Ao decompor uma organização nas suas actividades de relevância estratégica, torna-se possível analisar o comportamento dos custos e as fontes existentes assim como potenciais de diferenciação em cada processo de negócio, optimizando o valor final que o seu produto representa para o cliente. A liderança de custo e a diferenciação pela qualidade acrescem valor ao produto e proporcionam vantagem competitiva à organização no contexto da indústria em que se insere.
A cadeia de valor de uma organização insere-se num contexto mais amplo de actividades, ela constitui um sistema de valores onde estão integradas também as cadeias de valor de fornecedores e de distribuidores.
A vantagem competitiva é, cada vez mais, fruto das capacidades de eficácia e eficiência com que uma organização administra todo o sistema (Dias et al., 2005, p. 244).
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